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sábado, 25 de junho de 2011

J.K. Rowling

Sim, estamos no final do semestre! E isso significa trabalho pra caramba em dobro, mas também, na maioria dos anos, ESTRÉIA DE HARRY POTTER.

Bom, eu deveria estar (e, de fato, estava) fazendo trilhões de outras coisas, e confesso que postar não estava em meus planos até cinco segundos atrás. Mas vocês sabem, devido ao espírito contagiante do momento, fui motivada. Afinal de contas, nesse ano não teremos qualquer estréia de uma adaptação cinematográfica, mas sim A ÚLTIMA.

Uau. Isso significa uma penca de coisas. Me deixa nervosa, só de pensar. E, como a maioria das coisas que me deixam extremamente sensíveis, eu procuro evitar; ainda não vi trailer, e nem sequer sei o dia da estréia.  Mas, nessa data importante, resolvi falar de sua deusa criadora, o Tolkien feminino e dos dias de hoje: J.K. Rowling.


Sabe ela é uma incógnita pra mim. Eu odeio e adoro. E resolvi falar sobre isso... mais do que falar, listar! Porque, afinal de contas, aqui é o lugar onde eu posso passar horas e horas falando sobre mulheres e os blablablas que penso sobre elas.

Decidi também colocar os argumentos alternados, porque sabem, né, meu amor/ódio pela JK oscilam muito!


A favor: Você pode até achar muita bobeira toda essa comoção toda por trás de uma histórinha de bruxo adolescente, um fenômeno editorial e cinematográfico e tal. Pode até ser. E eu vou explicar porque isso mexe com tanta gente. Na verdade, não preciso explicar. É simplesmente pelo mesmo motivo que existem tantos fãs mais velhos e mais fervorosos de Guerra nas Estrelas, de Senhor dos anéis, etc... Todas as obras tem sua natureza nerd, é claro. Todas são histórias incríveis de fantasia, e NADA melhor que fantasia, mágica e literatura para reproduzir sentimentos e frustrações da vida real. E o elemento crucial, no caso de Harry Potter: a idade. Po, você vai pedir para alguém de 20 anos não adorar personagens que o acompanham desde os DEZ, passando por todos os conflitos, situações que essa pessoa possivelmente viveu e nos quais ela, possivelmente, projetou tudo o que gostaria de ser? Você não conhece o poder da literatura, meu caro!

Contra: Cara, perfavore! Ela não é a melhor escritora do mundo, nem aqui e nem agora! Principalmente em termos de fantasia, temos um milhão de autores cuja criatividade borbulham de amor e beleza, e se traduzem em histórias incrivelmente maravilhosas, e são muito diferente de Harry Potter. Tudo bem, talvez não funcionem para a mesma função, de conquistar novos leitores, mas uma vez que você foi encantado pelo Harry e sua trupe, pode partir para aventuras mais loucas, loucas, loucas pelo mundo da magia, que vai muito além de Hogwarts.

A favor: J.K. Rowling definitivamente escreve bem. Ela pode não ser uma poeta nata, ou uma pedra preciosa da literatura, nem mestra em criar personagens originais (ver mais a frente) mas ela sabe conduzir uma história! Isso tenho orgulho de afirmar com todas as letras. E seu talento, nesse sentido, fica claro quando comparado ao de outras pérolas como Stephenie Meyer. Quando as pessoas comparam Crepúsculo e Harry Potter, eu fico tão passada! Porque suas semelhanças estão apenas no fato de ambos serem leituras infantojuvenis que conquistam e introduzem os pré-adolescentes no mundo da literatura e mais nada. As narrativas são completamente diferentes, e a de JK totalmente superior. Eu acho super válido que Crepúsculo faça sucesso entre seu público-alvo, mas a autora escreve muito mal, a história é super simplória, mal construida, enche linguiça etc... enquanto JK trabalha muito bem fantasia, mistério, “terror” e "drama", conectando pontos do primeiro ao último livro, (coisa que possivelmente confundiria a cabeça simples da Stephenie, caso tentasse fazer).

Contra: Após ler Harry Potter, e descobrindo outros clássicos fantásticos, é possível identificar muitas ideias clichês e muitos possíveis plágios. A comunidade nerd, devota de Neil Gaiman, praticamente processa JK de plágio do “Livros da Magia”, uma história em quadrinhos que conta a história de um rapazinho inglês, branquelo, franzino, que usa óculos fundo de garrafa, tem uma coruja, e vive no mundo real até descobrir que é um dos maiores bruxos do mundo e ser convidado a uma jornada para aprender sobre sua nova condição. E aí? Vocês julgam plágio? É claro que existem ideias recorrentes e personagens clássicos no mundo da literatura, e principalmente quando se restringe um tema. Isso não quer dizer que JK é má, copiona ou coisa do tipo, mas sim que não possui tanta criatividade assim.

Pra finalizar, mais um contra: Ela foi tema de um documentário na GNT, no qual aparece uma cena, em que ela entra em uma loja de sapatos, fecha a loja e diz: “Vou levar todos!”... Sem mais! 
[Não sei se todos compartilham minha indignação, em relação a essa cena. (Sério mexeu com minha raiva descontrolada, gente!) Só para esclarecer, então: Futilidade que nenhum grande escritor passariam em um documentário. Sem contar que eu odeio essa posição que os artistas assumem, após fazerem sucesso, de elite rica, famosa, perua! TU É CELEBRIDADE, POR ACASO?]


Pra fechar com chave de ouro um a favor: E sou muito grata a J.K. Rowling. Ela convidou crianças (eu) de 10, 11, 12 anos a um mundo mágico feito ESPECIALMENTE para elas. Quando surgiu, eu lembro de não me interessar: “ew, garotos!” – pensava. Até que tcharan, li o primeiro livro e não parei mais. Fiquei apaixonada, viciada, extasiada. E li todos incessantemente. Tenho que admitir, Harry Potter, Rony Weasley, Hermione, JK mudaram minha vida! Porque foi a partir de Harry que eu gostei e passei a procurar livros por vontade própria, a me interessar, a acompanhar séries, hoje estudo produção editorial etc. YEAH. RIO DE LÁGRIMAS NO FINAL DE HARRY POTTER!!!!!!!!!! TO FICANDO VELHA! RONY, EU TEMO! - Parabéns JK! Sua missão como escritora infantojuvenil cumprida. E a missão da literatura infantojuvenil reafirmada. Ai que emoção.

E se você tiver uma opinião xiita e preconceituosa contra Harry Potter, ou for  bitolado achando que só existe isso de bom no mundo, venha se ver comigo!!!!!!!!!!! (tenho argumento contra ambos) ;)

domingo, 19 de junho de 2011

Marguerite Abouet

O Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, mais conhecido como FIQ, também é lugar para mulheres!

Nesta 7ª edição do evento, ele vai nos presentear com a ilustre presença de Marguerite Abouet, a primeira quadrinista africana a participar do festival.


Abouet nasceu na Costa do Marfim em 1971, e aos doze anos se mudou para a França, com seu irmão, para estudar. Ela passou a vida entre empregos como servente, babá, acompanhante de velhinhos, e em meio a isso tudo, descobriu a escrita. Sempre escreveu, embora nunca tenha divulgado seus trabalhos, até conhecer seu marido, o ilustrador Clément Oubrerie, e publicar sua primeira obra, em forma de quadrinho! YEY!


 A artista retrata uma África longe de clichês e estereótipos os quais estamos acostumados a ouvir, quando o assunto é África. Em Aya de Yopougon, sua primeira obra, lemos sobre o cotidiano de três jovens meninas e tudo o que isso envolve: garotos, festas, conflitos, família gigante, irmãos implicantes (isso lhes parece familiar, brasileiras?) e nada de guerras, fome, aids e blá blá blá chato. Em sua obra podemos ler sobre o que mais gostamos: vida de meninas! Aliás, ler e ver! Tudo com o pano de fundo da beleza africana, ilustrada por Clémente, com suas cores, cultura, comidas, sabores e delícias que somos convidados a conhecer.

A graphic novel tem seis volumes, tendo sido o primeiro publicado no Brasil pela L&PM, na coleção Outros Formatos; já foi traduzida para doze idiomas, vendendo mais de 300 cópias em todo o mundo e ganhou o prêmio de melhor história em quadrinhos do Festival Internacional de Angoulême. \o/ E já tem planos de uma apatação cinematográfica. \o/ \o/


Assim como Marjane Satrapi, a quadrinista iraniana, Marguerite (que nome lindo!) decidiu mostrar para meninas pouco viajadas, a vida de um país exótico, o qual poucos tem a oportunidade de conhecer - e sobre o qual muita informação distorcida e estereotipada nos chega -, através de lindos desenhos e cores, que possibilitam uma experiência visual quase tão linda quanto uma física.

Vamos ler!

Na FIQ, a artista lança seu segundo trabalho, Akissi, pela Editora Ática.
Aya de Yopougon, pode ser encontrada no site da L&PM, e em livrarias, por R$ 42,00. E as primeiras páginas podem ser lidas aqui.
A FIQ ocorre dos dias 9 a 13 de Novembro, em Belo Horizonte. Quem quiser um autografo, corre lá. Eu quero!


Quem mais adorou??

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Rave On Buddy Holly

Fiquei tão feliz e surpresa quando, esses dias, pela internet, dei de cara com esta foto na sessão música grátis do Omelete:

Fiona Apple

É claro que na hora imaginei: "Fiona voltoooou!", mas não! Na verdade, a notícia foi quase tão boa quanto isso...
Trata-se de um tributo a Buddy Holly, pioneiro do rock'n'roll, - e muito simpático com seus óculos fundo de garrafa, em um álbum chamado Rave On Buddy Holly, com lançamento previsto para Junho de 2011.
Vários artistas estão gravando versões das músicas de Buddy, e alguns já disponibilizaram as faixas online. Eu, é claro, dou muito destaque para a reunião de divas nesse projeto!!!

She & Him, Florence and the machine, Patti Smith, Karen Elson - a já comentada, musa (agora ex) de Jack White - e Fiona Apple!!!!!! Só gente boa! She & Him não é novidade fazer cover de algum ícone dos anos 50, mas Fiona? Ela está sumida há séculos e estou explodindo de fefefefelicidade por ouvir sua vozinha apocalíptica de novo! Amei.


Confiram as versões: 

E a tracklist completa do disco:

"Dearest" – The Black Keys (2:06)
"Every Day" – Fiona Apple and Jon Brion (2:19)
"It's So Easy" – Paul McCartney (4:35)
"Not Fade Away" – Florence and the Machine (4:02)
"(You're So Square) Baby, I Don't Care" – Cee Lo Green (1:31)
"Crying, Waiting, Hoping" – Karen Elson (2:25)
"Rave On" – Julian Casablancas (1:55)
"I'm Gonna Love You Too" – Jenny O. (2:11)
"Maybe Baby" – Justin Townes Earle (2:06)
"Oh Boy" – She & Him (2:18)
"Changing All Those Changes" – Nick Lowe (1:41)
"Words of Love" – Patti Smith (3:20)
"True Love Ways" – My Morning Jacket (3:25)
"That'll Be the Day" – Modest Mouse (2:15)
"Well... All Right" – Kid Rock (2:09)
"Heartbeat" – The Detroit Cobras (2:20)
"Peggy Sue" – Lou Reed (3:19)
"Peggy Sue Got Married" – John Doe (3:57)
"Raining in My Heart" – Graham Nash (3:30)

E já que estamos falando de Fiona fazendo cover de senhores antigos do rock, o que custa se deliciar com mais um, né?

domingo, 12 de junho de 2011

Mulheres românticas...?

Antes de mais nada, é melhor me apresentar. Quem escreve não é a Marcela, nem uma outra mulher, embora eu fique muito bem de saia. Quem escreve é um cabeludo exemplar masculino chamado Társio, muito prazer. Fui convidado para escrever um post especial para o dia dos namorados, não por eu ser especial, mas porque eu não tenho nada para fazer nesse fim de semana mesmo, minha namorada imaginária está de viagem. Vou falar aqui sobre algo que sempre me intrigou: a falta de romantismo das mulheres nos filmes e além deles.
Você já deve ter visto no cinema homens que, para terem as mulheres de seus sonhos, criam monumentos, tocam serenatas, constroem máquinas do tempo para salvar o seu amor e cruzam o infinito do espaço. E aí eu pergunto: as mulheres que fazem? Quem já viu mocinha alguma mexer um dedo para realizar qualquer feito romântico? Elas só ficam no alto de suas torres, debruçadas na janela, ocupadas em não desmanchar o cabelo. Francamente, com toda essa discussão sobre igualdade de gêneros, é pedir demais para pelo menos abrir a porta do carro para nós, homens?!
Eu sei, eu sei, nós temos uma parcela de culpa aí. Somos capazes de interpretar uma mera gentileza como um gigantesco letreiro luminoso dizendo Avance! Acontece que só agora nós estamos aprendendo o legal de ser mulher. Hum... isso não soou certo. Deixe-me reformular. Só agora estamos aprendendo como é legar deixar a carapaça de macho de lado. O prazer de usar a cor rosa (ou salmão), o de cuidar da casa e dos filhos, o de falar sobre nossas emoções e de sermos frágeis. O fato é que os homens querem ficar no alto da torre também. Por isso é meio chato ver em filmes essas personagens femininas que se dedicam mais em criar mil empecilhos para o cara do que ser legais com ele.
Claro, existem exceções. Em Juno, Ellen Page enche a casa de seu namorado com todo estoque de Tic Tacs da cidade, a marca de bala favorita dele. É de fazer qualquer homem suspirar, principalmente se ele for o diretor-excutivo da Tic Tac Company. Tem também Amelie Poulain, praticamente uma stalker. Ela cria uma série de jogos por toda Paris a fim de criar o encontro perfeito com quem ela imagina ser o amor de sua vida. Um pouco além da conta, para falar a verdade. E acho que posso citar a protagonista de Corra, Lola, corra, mas ainda não vi o filme inteiro. Vai ver ela sacaneia o namorado no final das contas. Mas aí, se me pedirem para citar outro filme, fica mais difícil. Não lembro de nenhum em que a mulher seja ativamente romântica. (posso escutar Marcela gritando Pocahontas na frente de seu computador)
Talvez isso aconteça porque seja mais difícil se abrir no início de um relacionamento, todo mundo fica com seu campo de força emocional operando a 100%, pronto para escapar pela próxima via hiperespacial para bem longe. Depois de um tempo e certa confiança conquistada, elas devem ser mais românticas. E são poucos os filmes que tratam de relações amorosas concretas; quer dizer, sem serem dramas pesados, cheios de crises existenciais. Mas dane-se. Ao meu ver, se as mulheres já pegam em armas para lutar contra aliens em filmes de ação, agora é hora de pegar a guitarra e fazer serenata para seus namorados!
E fica o desafio às visitantes: quem consegue citar um filme que tenha uma personagem romântica e criativa, capaz de amolecer o coração engraxado de um mecânico?


Társio Abranches, mais conhecido como Don Juan, é escritor, desenhista, futuro editor e expert em mulheres. Você pode ler mais em seu blog ou twitter.