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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Títulos legais

Uolá!
Quanto tempo sem postar aqui. Mas não é por falta de gosto, de vontade, ou de ter o que falar (talvez)... mas sim por preguiça!
Tenho lido alguns livros muito bons e sido muito feliz, minha gente!
E estou preparando um post muito legal (só pra animar vocês).

Então, tem coisa mais útil do que um blog para falar sobre um livro bacana que ninguém conhece?
Como o último post disse, o melhor livro que li ano passado foi logo o primeiro. E parece que essa "maldição" tende a se repetir over and over and over again (imaginem a voz fofa da Zooey Deschanel falando essa parte em inglês).

Comecei o ano lendo um livro muuuuuuuuuuuito bacana. Mas tão bacana que eu não sei como dizer. Mentira, sei sim: pelo título.




Acabo de provar pra vocês que esse título é muito bom, né? Não preciso dizer mais nada, esse longo título já diz muito.
Ele é de uma editora que eu nunca ouvi falar: Relume Dumara. Mas dentro do livro descobri que pertence à Ediouro Publicações. Nunca vi resenha, publicidade e nada sobre! Descobri de forma angelical, predestinada, numa queima de estoque da Saraiva Online; o livro estava por R$ 9,90. 

Muitas coisas influenciam a decisão de comprar um livro. O autor, a capa, pros mais mão-de-vaca o preço... e o título! Em tempos de nome-de-livros-com-uma-palavra-só, foi essa coisa de "O Escritos partido em dois não sei o que", que até hoje eu não consegui decorar, que me fez comprar o livro na mesma hora.
Primeiro porque ele é muito criativo, segundo porque é a história de um editor, terceiro porque tem "robôs" no meio. (Querem me conquistar? Aprenderam as três palavras-chaves, hein?)

Isso pra mim é uma mensagem. Escritores: sejam criativos! Pensem, deem significado pra porra toda que vocês escreverem. Não se deve escrever um "-Olá" sem motivo. E isso não serve só pra escritores, mas para qualquer um de nós. Se quando fossemos salvar uma foto no computador, criar uma pasta ou legendar uma foto no Facebook, fossemos mais criativos do que "Marcela.1"/"Informações1"/"Eu", o mundo seria um lugar bem mais inteligente.

E serve também para músicos como a Adele que colocam o nome do disco com a sua idade. Hehehe... ok, isso foi uma crítica gratuíta. Estou brincando, não conheço Adele, imagino que o nome do disco seja uma forma de dizer "faço muito sucesso e ganho muito dinheiro mesmo tendo a mesma idade que você". É claro que eu poderia ter criticado She & Him, que titula seus álbuns como "Volume One" e "Volume Two", mas tomem tenência, quando em sã consciência eu vou criticá-los?

Mas quanto a história, ela não deixa a desejar. É sobre um editor, Rámon, que se vê bem no meio do furacão de mudanças, digamos, muito significativas, do mercado editorial. A história se passa na Espanha, e a primeira coisa legal, do ponto de vista de uma aspirante a editora, é ver como é diferente a Editora em que Rámon trabalha. Ela é um grande grupo Empresarial que cuida de outras mídias como tv, música, etc... A parte editorial é, claro, o segmento mais fraco, e os responsáveis planejam tomar medidas extremas para transformá-lo no ponto forte do negócio. Essa pra mim é a genialidade do enredo, embora não do livro como um todo; a leitura é incrível - tanto quanto o título - por muitos outros motivos.

A Editora onde Rámon trabalha é uma das grandes que dominam o mercado e engolem as pequenas que tentam sobreviver. Mas o pobre editor é apenas um subordinado que vai sendo levado pelo ritmo louco da trama. Ele é convidado a participar de um Congresso, onde vai compreender (e a gente também) melhor o rumo desse mercado editorial, e apresentar seu autor aos novos meios de produção da Editora. Muito louco. Além de tudo, muito divertido de ler... o Congresso é o máximo. Mas aí, toda a confusão começa, e as loucuras só aumentam.

Rámon é a pessoa mais engraçada e carismática da Literatura. Prefiro não falar sobre sua peculiar personalidade, mas ela é muito bem desenvolvida e torna tudo muito legal. Eu não conheço esse autor, mas ele criou uma trama muito boa, crítica e ao mesmo tempo com muito humor. E além do clima ficção científica, tem um suspense policial também.

O livro é uma mistura de 1984, Poderoso Chefão, Superman e uma pitada de Douglas Adams (não tão engraçado, mas isso já quer dizer muito engraçado). É, nesse nível! E na minha opinião, a maior crítica é sobre a indústria cultural, que engloba a Literatura mesmo que não seja tão evidente quanto na indústria cinematográfica e musical. 

E a melhor forma de protestar foi nos dando boa leitura! Por isso, LEIAM!