Páginas

domingo, 12 de junho de 2011

Mulheres românticas...?

Antes de mais nada, é melhor me apresentar. Quem escreve não é a Marcela, nem uma outra mulher, embora eu fique muito bem de saia. Quem escreve é um cabeludo exemplar masculino chamado Társio, muito prazer. Fui convidado para escrever um post especial para o dia dos namorados, não por eu ser especial, mas porque eu não tenho nada para fazer nesse fim de semana mesmo, minha namorada imaginária está de viagem. Vou falar aqui sobre algo que sempre me intrigou: a falta de romantismo das mulheres nos filmes e além deles.
Você já deve ter visto no cinema homens que, para terem as mulheres de seus sonhos, criam monumentos, tocam serenatas, constroem máquinas do tempo para salvar o seu amor e cruzam o infinito do espaço. E aí eu pergunto: as mulheres que fazem? Quem já viu mocinha alguma mexer um dedo para realizar qualquer feito romântico? Elas só ficam no alto de suas torres, debruçadas na janela, ocupadas em não desmanchar o cabelo. Francamente, com toda essa discussão sobre igualdade de gêneros, é pedir demais para pelo menos abrir a porta do carro para nós, homens?!
Eu sei, eu sei, nós temos uma parcela de culpa aí. Somos capazes de interpretar uma mera gentileza como um gigantesco letreiro luminoso dizendo Avance! Acontece que só agora nós estamos aprendendo o legal de ser mulher. Hum... isso não soou certo. Deixe-me reformular. Só agora estamos aprendendo como é legar deixar a carapaça de macho de lado. O prazer de usar a cor rosa (ou salmão), o de cuidar da casa e dos filhos, o de falar sobre nossas emoções e de sermos frágeis. O fato é que os homens querem ficar no alto da torre também. Por isso é meio chato ver em filmes essas personagens femininas que se dedicam mais em criar mil empecilhos para o cara do que ser legais com ele.
Claro, existem exceções. Em Juno, Ellen Page enche a casa de seu namorado com todo estoque de Tic Tacs da cidade, a marca de bala favorita dele. É de fazer qualquer homem suspirar, principalmente se ele for o diretor-excutivo da Tic Tac Company. Tem também Amelie Poulain, praticamente uma stalker. Ela cria uma série de jogos por toda Paris a fim de criar o encontro perfeito com quem ela imagina ser o amor de sua vida. Um pouco além da conta, para falar a verdade. E acho que posso citar a protagonista de Corra, Lola, corra, mas ainda não vi o filme inteiro. Vai ver ela sacaneia o namorado no final das contas. Mas aí, se me pedirem para citar outro filme, fica mais difícil. Não lembro de nenhum em que a mulher seja ativamente romântica. (posso escutar Marcela gritando Pocahontas na frente de seu computador)
Talvez isso aconteça porque seja mais difícil se abrir no início de um relacionamento, todo mundo fica com seu campo de força emocional operando a 100%, pronto para escapar pela próxima via hiperespacial para bem longe. Depois de um tempo e certa confiança conquistada, elas devem ser mais românticas. E são poucos os filmes que tratam de relações amorosas concretas; quer dizer, sem serem dramas pesados, cheios de crises existenciais. Mas dane-se. Ao meu ver, se as mulheres já pegam em armas para lutar contra aliens em filmes de ação, agora é hora de pegar a guitarra e fazer serenata para seus namorados!
E fica o desafio às visitantes: quem consegue citar um filme que tenha uma personagem romântica e criativa, capaz de amolecer o coração engraxado de um mecânico?


Társio Abranches, mais conhecido como Don Juan, é escritor, desenhista, futuro editor e expert em mulheres. Você pode ler mais em seu blog ou twitter.

Um comentário:

  1. Muito boa sua análise! Tenho que admitir que é verdade... não consido pensar em mais mulheres românticas do que as que você citou. Embora você tenha dado menos créditos do que a pobre Pocahontas merece! E faltou eu, é claro! Pergunte a andrezinho o que sou capaz de fazer por amor!!! muahuahua

    ResponderExcluir