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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Um que eu amo muito e outro que acho foda 2

Continuando no mesmo tema, outro dia foi aniversário da minha mãe <3 e passou na tv.... Trabalho sujo, ou Sunshine Cleaning, um filme que amo muito muito muito. Quando vi que tava passando, comentei que gostava, e minha mãe se interessou por ele, pareceu gostar. Vocês não conhecem a minha mãe, mas isso foi uma coisa incrível, adorável; achei o milagre do aniversário. Ou um sinal divino. Ou um vocês vão entender por que.

E aí eu fico pensando porque eu gosto tanto desse filme. Hummm... oh why? why? well, i don't know. Por que tem duas das atrizes mais legais da atualidade? Maybe. Por que a Emily Blunt é incrível? Também. Na verdade, as personagens são incríveis. A história é sobre uma família problemática. Amy, a irmã mais velha, tem uns 30 anos e ganha a vida como diarista. Ela era uma cheerleader no colégio, e claro, uma adolescente linda, perfeita, que todas querem ser, mas agora é uma mãe solteira, amante do cara com quem namorava. Emily é a irmã mais nova, meio junkie; também não tem uma vida muito boa e parece que necessita sempre ser cuidada pela irmã mais velha. Elas tem problemas financeiros até que descobrem que podem ganhar um bom dinheiro limpando cenas do crime. Não sei vocês, mas eu acho esse emprego MUITO LEGAL. Óbvio que eu me desintegraria só de entrar num local assim, com resto de pessoas assassinadas, mas com elas duas fazendo fica simplesmente incrível. Eu as vejo como minhas heroínas vencendo tudo o que eu nunca serei capaz de vencer (bactérias malignas). Acho demais.

Cada personagem tem a sua importancia e uma história peculiar e legal. Esse filme conta uma história simples, nada está fora da realidade, embora nada seja comum. É bem dramático, mas super bonito e bem humorado. A mãe delas morreu, se matou. Isso obviamente as deixou muito sensíveis, assim como o pai, que criou duas meninas sozinho e até hoje tem dificuldade em conduzir essa família. E essa trama dá origem a lindas cenas como a de Emily em baixo do trem (ahn.. não é isso que você está pensando!) e a linda forma delas se comunicarem com quem já morreu. Enfim, só assistindo pra entender. Só estou tentando pontuar a riqueza do filme, mas acho que quero mesmo chamar atenção para as duas personagens centrais, que são mulheres fortes, interessantes e inspiradoras. A vida nem sempre nos torna criaturas bem-sucedidas, perfeitas, maravilhosas e exemplares, o que é sempre nosso sonho, mas isso não quer dizer nada. NADAAAA. A gente pode viver bem e ser foda mesmo assim! =)





Resumindo, esse filme eu amei, mas nessa semana vi outro que acho FODA. Chama-se L'apollonide - Os amores da casa de tolerância, e conta a história de um bordel parisiense no final do século XIX. Quando vi o filme fiquei muito perturbada, porque ele tem cenas fortes. Na verdade não é forte, afinal não tem nenhuma cena pesada em si, nem com sexo ou coisa do tipo. Só é um filme chocante. Mas no dia seguinte, eu estava sentindo algo estranho, falta de alguma coisa, quando percebi que... era do L'apollonide! É isso mesmo, olha que mágico!... O filme é relativamente longo, acho que quase 3, e não acontece muita coisa, só a vida, as noites, os amantes e as prostitutas, então no final das contas eu me senti parte da vida delas, como se tivesse passado um bom tempo com elas (e de fato passei). E elas são legais! Quando pensamos em prostitutas, pensamos em mulheres sensuais, fatais, atraentes, que amam sexo, etc. Mas, no filme, elas são apenas mulheres trabalhando, profissionais, que fazem o que é preciso. E quando se fala em prostitutas, pode-se falar em mulheres livres, que bebem, fumam, falam besteira e não precisam manter uma imagem, reputação, etc. Ahh, isso é tão legal... - Imagina que louco, ser livre...

Os homens vão lá por vários motivos: amam prostitutas, gastam o dinheiro da família, querem sexo, tem uma tara especial... o romance nem sempre está presente nesse mundo. É sério, elas tratam tudo com uma racionalidade incrível. E a minha parte preferida... Um dos clientes fica fazendo cafuné na cabeça das meninas e aí comenta como as cabeças são pequenas. Ele diz que leu um artigo científico que explica como as cabeças das prostitutas são menores e diz que vai emprestar esse artigo pra uma delas ler. E aí está uma das cenas mais lindas que já vi neste e em todos os outros filmes: a prostituta senta no chão e começa a ler o artigo, e chora tanto, mas tanto! Ela lê que a formação de seus crânios é diferente tal qual a de bandidos e ladrões, e o cérebro é afetado por isso e os leva àquela vida. Nessa hora, a tela é dividida em várias cenas delas, e a mulher que lê ocupa um dos quadros... Ela chora tanto, tanto (esse é um dos únicos momentos que alguma delas fica triste, chora, demonstra fraqueza), e a imagem, a música é tudo tão melancólico que eu me senti naquele lugar, naquela época e sofrendo como ela. Imagina você ser sozinha no mundo, estar presa numa parte da sociedade considerada inferior e ler um artigo, um ESTUDO, sobre como você é fisicamente anormal e destinado àquela vida? Oh god... isso é muito forte. O estudo, claro, é falso.
O filme mostra o fim da era dos bordéis, que eram legalizados, para a clandestinidade das prostitutas.
Era um bordel de luxo, bitches!
 
Minha favorita.

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