Páginas

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Desconstruindo o conto da ervilha

Agora tenho uma Tv no meu quarto! \o/
Isso não é tão interessante, mas...

Na estréia do meu mais novo meio de comunicação de massa, passeando pelos canais, vejo na programação o nome: Hans Christian Andersen. Seria uma biografia nada convencional no telecine cult? Não, mas também não lembro o nome do canal. Era uma espécie de canal promocional, lá pelos números 1, 2, 3 da net... enfim, esqueci mesmo! Mas como passei grande parte do semestre lendo sobre Andersen (curso produção editorial, e faço trabalhos sobre contos de fadas, gente... *-*), coloquei lá e estava passando uma animação sobre o conto A princesa e a ervilha. Conclusão, esse post é sobre uma princesa!!!!!!!!!

Bem, conto de fadas é uma das coisas que eu mais gosto na vida. Andersen, por sua vez, foi mais do que um "contador" de contos, ele foi o primeiro escritor de histórias infantis do mundo!!! Imagina nossa vida sem ele, lendo Dostoiévski no esnino fundamental, adquirindo depressão precoce e não chegando nem ao médio (ou talvez só não entendendo nada mesmo). Embora com Andersen não seja tão diferente, afinal ele é o autor de contos como A pequena Sereia, O patinho feio e A pequena vendedora de fósforos, que se não fosse por Walt Disney, e alguns adaptadores de bom coração, traria os mesmos efeitos: trauma, chororô, e morte! 

São de arrepiar... porém lindos.

A princesa e a ervilha, no entanto, é um conto de fadas romântico, leve, com princesa e princípe, que qualquer garota adoraria. Será?? Não sei se vocês conhecem a versão original, mas farei aqui minha reinterpratação.


Era uma vez... um princípe muito mauricinho, com cabelos compridos, loiros e alisados, que deseja se casar para manter as aparências. Ele manda, então, sua mãe arrumar uma noiva para ele, porque obviamente não tem talento para isso e está mais interessado em explorar os aposentos mais escondidos do castelo com a criadagem masculina; mas deixa bem claro que só quer se casar se for com  uma princesa autêntica, pois afinal não pode nem cogitar desposar uma mulher com o cabelo pior que o seu. Sua mãe que tem um nariz empinado, e insiste em achar que seu filho é hétero, sai procurando uma princesa gostosa, frígida, com bom gosto para vestidos, bons genes para transmitir aos netos, cabelo bom, nariz fino, tão perua quanto ela, e fresca! Muito fresca! Certo dia, após procurar infrutíferas vezes nos reinos mais próximos, e ver seu filho rejeitado pelas mais belas donzelas que preferem os capatazes, os sapos e as feras, à noite em meio a um temporal, uma moça pede abrigo no castelo deles. Eles, é claro, abrigam a moça e logo vêem a oportunidade de ouro de desencalhar o playboy. Mas como a perua é metida, e o garoto deixou bem claro suas exigências para casar com uma mulher, a "pretendente" tem que passar por um teste para eles saberem se ela é uma princesa digna de um príncipe mimado, ou não. Antes da menina dormir no quarto de hóspedes, os criados preparam uma cama com 650 colchões, e colocam, em baixo de todos eles, uma ervilha. Se ela for uma princesa de verdade, sentirá o incômodo terrível que um grão de ervilha pode causar. No dia seguinta, a jovem, como era uma patricinha fresca e fútil do cacete, que não tem mais do que reclamar, não sabe o que é lavar uma louça, ou passar necessidade na vida, acordou como se um trator a tivesse atropelado. E aí, a família ficou super feliz porque finalmente achou a perua que se casaria com o princípe e eles, enfim, viveram de fachada, felizes para sempre.

Traduzido do dinamarquês, adaptado e reinterpratado por mim!

Longe de mim blasfemar!!! Andersen nosso rei, é brincadeira, tá? Mas essa história de sexo frágil não dá!!!! Crianças, se vocês interpretarem essa narrativa toda como uma metáfora sobre o verdadeiro amor bater na sua porta quando menos se espera, ou o destino nunca falhar ou, melhor ainda, como mulheres indo à luta, atrás de seus próprios príncipes em meio a tempestades, tudo bem; mas não tirem disso que ser uma princesa significa ser fresca! Princesa da ervilha, não envergonhe a classe!

Definitivamente, não gosto desse conto. Acho super válido uma paródia cinematográfica, dos mesmos criadores de Shrek...

Nenhum comentário:

Postar um comentário